sexta-feira, 13 de novembro de 2009

transporte e seus modais

7-1. GENERALIDADES

a. Transporte é a Função Logística que tem a seu cargo planejar, integrar e controlar as ações para realização de deslocamentos de pessoas, materiais e animais necessários à Força Terrestre, por qualquer meio de transporte.

b. Transporte militar é o realizado sob a direção e controle militar, visando ao atendimento das necessidades das Forças Armadas.

c. Em função da via utilizada, os transportes militares abrangem três categorias: aquaviário, terrestre e aéreo, utilizando pessoal, animais e meios materiais militares e civis.

d. Os transportes aquaviários abrangem o marítimo e o de vias interiores. A Marinha é responsável pelos transportes militares aquaviários, com exceção daqueles orgânicos das outras Forças Armadas, dentro de suas respectivas áreas.

e. Os transportes terrestres abrangem o rodoviário, o ferroviário e o dutoviário. O Exército é responsável pelos transportes militares terrestres, com exceção dos transportes rodoviários e por dutos orgânicos das outras Forças Armadas, dentro de suas respectivas áreas.

f. A Aeronáutica é responsável pelos transportes militares aéreos, com exceção daqueles orgânicos das outras Forças Armadas, dentro de suas respectivas áreas.

g. O sucesso das operações militares está diretamente relacionado com o funcionamento dos transportes destinados a apoiá-las. A deficiência de transportes limita a execução das operações.

7-2. conceitos

a. Meio de transporte - É o veículo utilizado para o transporte através de uma via. Em casos especiais, a própria carga pode servir de veículo, como no caso de cargas flutuantes orientadas através de uma hidrovia.

b. Via de transporte - É a estrutura física por meio da qual se desloca um meio de transporte.

c. Ciclo de transporte - É o tempo necessário ao carregamento de um meio de transporte, seu deslocamento até o local de destino, descarga, retorno ao local de origem e preparação para o recebimento de nova carga.

d. Eixo Prioritário de Transporte (EPT) - É o conjunto de vias de transporte multimodais que, obedecendo a uma mesma direção geral, é orientado para as instalações logísticas da ZA (Ba Log) e destas para as instalações logísticas da ZC (Gpt Log), com a finalidade de dar suporte físico ao trânsito de suprimentos que se destinam ao TOT.

e. Estrada(s) Principal(is) de Suprimento (EPS) - É(São) a(s) estrada(s) selecionada(s) pela brigada, pela divisão de exército ou pelo exército de campanha com a finalidade de, por ela(s), atender ao grosso do apoio em suprimento aos seus elementos subordinados. Deve(m), obrigatoriamente, articular-se com o EPT.

f. Terminal de transporte - É qualquer local como estação, porto ou aeródromo, dotado de meios e instalações adequados, destinado ao início ou à conclusão de operações de transporte de pessoal ou material, bem como a sua transferência de um para outro meio de transporte.


7-3. PRINCÍPIOS BÁSICOS

a. Os transportes militares, em cada escalão, devem ser organizados a fim de coordenar os meios disponíveis e permitir a integração com o sistema de transportes civis, nos planos e programas.

b. Os transportes militares devem ter um alto grau de flexibilidade para permitir atender, com disponibilidade de meios, normalmente, inferiores às necessidades, às múltiplas e importantes exigências das operações.

c. A integração e a flexibilidade dos transportes militares são conseguidas por meio da centralização da direção e do controle e da descentralização da execução.

7-4. ORGANIZAÇÃO DOS TRANSPORTES

a. A organização dos transportes envolve o planejamento, a programação, o desdobramento e a utilização dos meios de transporte, de acordo com as possibilidades das vias e dos terminais de transporte.

b. A organização dos transportes visa ao desempenho das funções de planejamento, direção, controle, supervisão e execução da atividade de transporte.

7-5. PLANEJAMENTO DOS TRANSPORTES

a. O planejamento é a parte mais importante da organização dos transportes. Dele dependem a utilização eficiente dos meios de transporte disponíveis e a execução pronta dos movimentos autorizados. No plano de transportes, as tarefas a executar são distribuídas pelos meios disponíveis, de acordo com as necessidades e obedecendo às prioridades estabelecidas pelo comando. Por seu intermédio, informa-se aos expedidores, recebedores e elementos executores do serviço de transporte sobre os movimentos previstos.

b..Uma vez aprovado, o plano permite que seja equacionado o problema de transporte. Nele devem estar indicados o que vai ser transportado, e quando, para onde e por qual meio será executado o transporte, sem contudo fixar como as unidades executarão a operação.


c. Atividades da Função Logística Transporte

(1) Levantamento das necessidades - O levantamento das necessidades decorre do exame pormenorizado dos planos propostos e, em particular, das ações e operações. Os usuários apresentam, periodicamente, aos órgãos de apoio o planejamento de suas necessidades para o período subseqüente.

(2) Seleção - A seleção consiste no atendimento das prioridades, na escolha da modalidade a ser adotada e do meio a ser empregado, com base no conhecimento das possibilidades dos meios e das vias de transportes.

(3) Gerência de Transporte - A gerência de transporte consiste em:

(a) aproveitar, de maneira eficiente, as disponibilidades existentes;

(b) buscar a obtenção do máximo rendimento dos meios disponíveis, a redução ao mínimo das baldeações, a utilização dos meios de transportes mais flexíveis e a obtenção de rapidez, segurança e flexibilidade nas operações logísticas;

d. Princípios de planejamento de transportes

(1) Obtenção do máximo rendimento dos meios disponíveis, mediante:

(a) carregamento, em condições ideais, de cada meio de transporte;

(b).aproveitamento imediato dos excedentes das possibilidades de transporte;

(c) aproveitamento dos meios de transporte nas viagens de retorno;

(d).emprego de cada tipo de transporte na finalidade a que melhor se presta;

(e) utilização de todos os meios disponíveis.

(2) Redução ao mínimo das baldeações, utilizando, tanto quanto possível, o mesmo tipo de transporte, da origem ao ponto de destino.

(3) Utilização ao máximo dos meios de transporte mais flexíveis, para se obter maior rapidez e segurança nas operações logísticas.

7-6. ÁREAS DE ESTACIONAMENTO, ÁREAS DE TRâNSITO E PONTOS DE BALDEAÇÃO

a. Áreas de estacionamento

(1) São áreas destinadas à acomodação temporária de tropas em trânsito nas vias de transporte.

(2) Em geral, são estabelecidas nas proximidades de determinados terminais, pelos quais se prevê o movimento de tropa. Nelas, os locais destinados à tropa e às instalações devem permitir boa dispersão e oferecer proteção contra o ataque do inimigo. Podem variar desde simples áreas para bivaque até acantonamentos organizados, com abrigos e apoio de rancho, suprimento, saúde, manutenção, banho e lavanderia.

(3) As áreas devem dispor de acomodações para o pessoal e para o equipamento que o acompanha.

b. Áreas de trânsito

(1) São áreas destinadas à acomodação temporária para as cargas deslocadas nas vias de transporte.

(2) São localizadas, geralmente, nas proximidades dos terminais de transporte e dos pontos de baldeação. Podem variar desde áreas livres até instalações com grandes armazéns e amplos meios de transporte.

(3) A dispersão das cargas e das instalações é imprescindível.

c. Pontos de baldeação - São locais onde se realiza a transferência de cargas de um tipo de meio ou unidade de transporte para outro tipo de meio ou unidade de transporte.


VOLTAR

ARTIGO II

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

7-7. GENERALIDADES

a. O transporte rodoviário, em apoio à força terrestre no teatro de operações, é utilizado, normalmente, nos seguintes casos:

(1) transporte a longa distância, suplementando ou mesmo substituindo outro meio de transporte, na falta deste;

(2) transporte a curta distância;

(3) transporte local em depósitos, terminais e outras instalações; e

(4) motorização das organizações militares, particularmente na ZC.

b. O transporte rodoviário é o, normalmente, utilizado para os deslocamentos entre os terminais e as áreas mais avançadas e para os deslocamentos de pequena amplitude.

c..O transporte rodoviário, normalmente, complementa os demais modais. Muitas vezes, por motivo de insuficiente rendimento das ferrovias, são duplicados os encargos de transporte por via terrestre.

7-8. DEFINIÇõES

a. Transporte a curta distância - É o caracterizado pelo pequeno tempo de percurso em relação ao tempo de carga e descarga.

b. Transporte a longa distância - É o caracterizado pelo grande tempo de percurso em relação ao tempo de carga e descarga.

c. Transporte local - É o realizado nas áreas internas de depósitos, terminais e outras instalações.

d. Capacidade de tráfego - É o número de veículos ou a tonelagem máxima que pode se deslocar numa via de transporte, num determinado período (normalmente de 24 horas), em um sentido.

e. Tempo de carga e descarga - É o período destinado à carga e à descarga das viaturas, incluindo espera e processamento da documentação.

f. Tempo de direção - É o período compreendido entre o início do movimento na origem e a chegada ao ponto de destino. Inclui o tempo destinado aos diversos altos. Não deve exceder a 10 horas por dia, para cada motorista.

g. Tempo de operação - É a soma dos tempos gastos para carga e descarga e de direção (um ou mais motoristas). Fora deste período, a viatura deverá estar liberada para manutenção; em conseqüência, o mesmo não deverá exceder a 22 horas diárias, por veículo.

h. Ponto de revezamento - É o local onde se processa a troca de semi-reboques ou de motoristas.


7-9. TERMINAIS RODOVIÁRIOS

a. Os terminais rodoviários são, normalmente, estabelecidos nos pontos iniciais e finais de uma linha de transporte, onde formam o ponto de conexão entre o transporte local e o de longa distância. Podem, também, ser estabelecidos em pontos intermediários de uma linha de transporte de longa distância.

b. Nesses terminais realizam-se serviços de despacho dos veículos, operações de manutenção, operações de transbordo e o armazenamento temporário para determinadas cargas, podendo, ainda, realizar o revezamento de viaturas tratoras de reboques.

7-10. RESPONSABILIDADES

a. Na ZA

(1) O planejamento, a coordenação e o controle do transporte rodoviário (Trnp Rv), no nível TOT, são de competência do CLTOT.

(2) O CLTOT desincumbe-se dessa atribuição por intermédio do centro de operações de transporte (CO Trnp), que possui uma seção de transportes rodoviários orgânica.

(3) O planejamento, a coordenação e o controle do Trnp Rv, no âmbito das RM, são de competência do comando logístico e de mobilização, que se desincumbe dessa atribuição por intermédio do centro de operações de logística e mobilização, que possui um centro de operações de transporte orgânico.

(4) Em qualquer situação, a execução do Trnp Rv deverá, em princípio, ser atribuída às unidades ou subunidades de transporte orgânicas, cabendo às mesmas o enquadramento, também, dos órgãos civis mobilizados.

b. Na ZC

(1) Compete ao CLEX ou CLDE, quando existente, planejar, coordenar e controlar o Trnp Rv e os meios colocados à disposição, em sua área de responsabilidade.

(2) Na existência de Gpt Log de Ex Cmp ou de DE, caberá aos mesmos a execução do Trnp Rv e o enquadramento dos órgãos de transporte militares, ou civis mobilizados, postos à disposição.

(3) Os transportes locais são da competência dos diferentes comandos, nas respectivas zonas de ação, e os meios devem ser, essencialmente, militares.

(4) A motorização de unidades é da competência de cada escalão que a realiza, utilizando meios próprios e os fornecidos para tal fim pelo escalão superior.

7-11. TRâNSITO MILITAR

a. É o movimento de meios de transporte nas vias terrestres, sistematizado e ordenado, tendo em vista determinadas conveniências técnicas e táticas. Consiste, principalmente, do movimento planejado de comboios, além do movimento normal e ordenado de viaturas isoladas, animais e elementos a pé.

b. O trânsito militar é sujeito a um maior controle do que o civil. Certas medidas impraticáveis no trânsito civil são aconselháveis no trânsito militar como, por exemplo, os movimentos sem luz e os movimentos de comboios em horário fixado. Algumas vezes o inimigo pode interferir, desorganizando o trânsito militar.

c. A regulação e o controle do trânsito são atribuições dos comandantes em suas respectivas áreas de responsabilidade.


7-12. CIRCULAÇÃO E CONTROLE DO TRâNSITO

a. Circulação

(1) Entende-se por circulação a utilização das estradas para o movimento dos veículos, segundo um plano e normas pré-estabelecidos.

(2) O plano de circulação é o documento que regula a utilização racional da rede de estradas, de acordo com a capacidade dessas, para o atendimento das necessidades táticas e logísticas. Sua principal finalidade é permitir que os movimentos táticos e logísticos sejam realizados com segurança e sem interferência mútua, de modo a assegurar a máxima utilização da capacidade das estradas.

b. Controle do trânsito

(1) É o conjunto de medidas que visam a assegurar a execução sistemática e ordenada do trânsito em estradas, áreas ou localidades, segundo o plano de circulação.

(2) É uma atribuição da Polícia do Exército, cujos elementos dão assistência aos comandantes de comboios, seja dirigindo o trânsito nos pontos de congestionamento, seja recomendando a utilização de estradas alternativas nos casos de emergência ou, ainda, fornecendo informações sobre o trânsito.

(3) É executado nas estradas e em áreas ou localidades, onde viaturas, tropas a pé e animais se deslocam. Visa a permitir uma corrente contínua de trânsito, nas melhores condições de segurança, de acordo com as necessidades militares.

(4) O plano de controle de trânsito assegura o controle dos movimentos, contendo informações diversas:

(a) classificação de estradas e pontes;

(b) numeração das estradas;

(c) sinalização das estradas (limites de responsabilidade de controle de trânsito, entre outras);

(d) instruções sobre os movimentos;

(e) prioridades;

(f) instruções para o trânsito civil;

(g) comunicações;

(h) medidas de controle, como linhas de escurecimento, linha de alerta contra gás, barreiras, etc.

(5) As normas de controle de trânsito aplicadas em campanha são, em geral, as vigentes em tempo de paz, acrescidas das específicas para o atendimento das necessidades militares peculiares a cada situação.

c. Os planos de circulação e os planos de controle de trânsito são, normalmente, reunidos num único documento denominado plano de circulação e controle de trânsito, estabelecido pelo mais alto escalão da área e do qual decorrem os planos semelhantes dos escalões subordinados.

d. Os pormenores referentes à circulação e controle do trânsito são tratados em manual específico da série 19 - POLÍCIA DO EXÉRCITO.


VOLTAR

ARTIGO III

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

7-13. GENERALIDADES

a. As ferrovias, quando disponíveis, poderão formar a espinha dorsal do sistema de transporte do TOT, em particular na ZA.

b. O valor das ferrovias para o movimento militar é devido, principalmente, à sua capacidade de transportar cargas pesadas, a distâncias consideráveis e em velocidades relativamente grandes.

c. Apesar de terem características favoráveis para os transportes militares, as ferrovias apresentam, entre outras, a desvantagem da vulnerabilidade à ação de sabotadores e às ações aéreas inimigas em pontos ou áreas sensíveis.

d. No TOT, só excepcionalmente, a ferrovia é utilizada abaixo do escalão exército de campanha, onde os meios rodoviários são preferidos por proporcionarem maior flexibilidade e capilaridade.

e. No TOT, normalmente, só são realizadas as construções necessárias para adaptar ou recuperar o sistema ferroviário, visando, principalmente, ao atendimento das necessidades de suprimento. Entre os trabalhos, normalmente, realizados situam-se os de expansão de terminais, preparo de plataformas, construção de desvios, reconstrução de linhas danificadas, entre outros.


f. O controle do movimento ferroviário é da competência da seção de transportes ferroviários que o realiza utilizando o pessoal e o equipamento especializados existentes nas ferrovias para o tráfego normal.

g. A manutenção do equipamento ferroviário é executada nas oficinas das ferrovias, por seu próprio pessoal ou por terceiros contratados.

h. Considerando a diversidade das condições técnicas das linhas e do material ferroviário existente, os dados técnicos de planejamento devem ser obtidos junto aos órgãos ferroviários de cada área considerada nos planejamentos.

7-14. TERMINAIS FERROVIÁRIOS

a. Os terminais ferroviários podem incluir pátios de manobra, oficinas de manutenção e serviço, alojamentos para tripulação e órgão de controle de tráfego.

b. São estabelecidos nos pontos iniciais e finais do serviço ferroviário, como, também, em locais que delimitam as operações ferroviárias.

c. Uma estação é um pequeno terminal localizado em determinado ponto de uma ferrovia onde tropas, suprimentos e equipamentos podem ser embarcados, desembarcados ou transferidos para outros tipos de transporte, ou distribuídos aos usuários.

7-15. RESPONSABILIDADE

As responsabilidades do CLTOT sobre o transporte ferroviário no teatro de operações terrestre são exercidas pela seção de transporte ferroviário, subordinada ao centro de operações de transporte.

7-16. SEÇÃO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO

a. É constituída de um órgão de comando, de elementos de supervisão ou operação da rede de estradas-de-ferro civis do TOT, de elementos de terminais ferroviários e de elementos de depósito e manutenção do material ferroviário.

b. No TOT, as ferrovias são divididas em trechos que recebem a denominação de distritos ferroviários, os quais, por sua vez, seja em função da extensão de suas linhas, seja em função da diversidade das condições técnicas, podem ser subdivididos em seções ferroviárias.

c. As seções ferroviárias devem, de modo geral, corresponder aos trechos abrangidos pelas residências ou seções de tração existentes.

d. Cada ferrovia, bem como os respectivos distritos ferroviários, terá um chefe militar, que será o responsável pelo funcionamento do transporte na área de sua jurisdição. Para isso, disporá do pessoal normal da estrada de ferro, reforçado, se necessário, por outros elementos.

VOLTAR

ARTIGO IV

TRANSPORTE DUTOviário

7-17. GENERALIDADES

a. Os dutos, quando disponíveis, são elementos importantes da rede de transporte de um TOT.

b. É conveniente tirar o máximo partido dos dutos, a fim de liberar os outros tipos de meios de transporte para o movimento de cargas de outras naturezas.

c. A construção de dutos no TOT só é feita depois de exploradas todas as possibilidades dos dutos existentes.


7-18. OLEODUTOS

a. Os oleodutos são o tipo de duto mais utilizados no TOT.

b. Quando utilizados para o transporte de derivados de petróleo em grosso, os oleodutos apresentam as seguintes vantagens:

(1) no tocante ao funcionamento, são o tipo de transporte terrestre mais econômico, uma vez que a carga corre continuamente em seu interior, com a intervenção de um mínimo de pessoal e sem a utilização de veículos que, por si, já são consumidores de combustível.

(2) reduzem as necessidades de meios de transporte de outros tipos;

(3) são menos suscetíveis de destruição pelo inimigo do que outros meios de transporte e podem funcionar quando a ação do inimigo ou a natureza do terreno tornam impraticável o emprego de outros meios de transporte.

7-19. RESPONSABILIDADE

A responsabilidade do TOT sobre o transporte por dutos é exercida pelo CO Trnp, subordinado ao CLTOT.

VOLTAR

ARTIGO V

TRANSPORTE AQUaviário

7-20. GENERALIDADES

a. Os transportes aquaviários incluem o marítimo (oceânico e costeiro ou de cabotagem) e o de águas interiores.

b. À Força Terrestre pode caber, em determinadas circunstâncias, responsabilidade sobre os transportes aquaviários em águas interiores, especialmente quando essas não apresentam características equivalentes às águas oceânicas, como é o caso dos grandes rios ou lagos, onde, normalmente, são da responsabilidade da Marinha.

c. Características dos transportes aquaviários

(1) Grande capacidade de carga e custo reduzido da tonelagem transportada, o que os torna econômicos para o transporte de grandes tonelagens ou grandes volumes de carga a grandes distâncias.

(2) Baixa velocidade de deslocamento dos meios empregados.

(3) Possibilidade de descongestionamento das outras vias, aliviando-as das cargas pesadas e dos grandes volumes de material.

(4) Conforto na evacuação de feridos e doentes, quando se dispuser de embarcações apropriadas para esses encargos.

(5) Necessidade de instalações portuárias e mão-de-obra especializadas.


7-21. TRANSPORTE OCEâNICO

a. A Marinha tem sob responsabilidade o controle, exploração e manutenção dos meios de navegação e do tráfego oceânicos.

b. As bases para o estabelecimento das necessidades de transporte são constituídas pelos efetivos e volume de carga a serem transportados e pela extensão das rotas marítimas.

c. O comandante do TOT pode determinar os pontos de destino para os navios que se dirigem à sua área. A Marinha pode estabelecer pontos de retenção ou redestinação que permitam aos navios aguardarem a disponibilidade de instalações de descarga nos locais de entrega.

d. O comandante do TOT exerce o controle sobre os meios de transporte oceânico postos à sua disposição para serem utilizados nos transportes no interior do TOT. Tal controle é realizado por intermédio dos órgãos de transporte da Marinha integrantes do TOT.

7-22. TRANSPORTE COSTEIRO OU DE CABOTAGEM

a. A Marinha é a responsável pelo transporte costeiro ou de cabotagem.

b. As embarcações costeiras ou de cabotagem variam em tamanho e são, normalmente, navios de pequeno calado capazes de operarem em áreas onde a profundidade dos canais ou dos portos não permite o emprego de navios de grande calado.

c. Pode incluir navios ou embarcações autopropulsados ou barcaças rebocadas.


7-23. TRANSPORTE EM ÁGUAS INTERIORES

a. As aquavias interiores incluem lagos, rios, enseadas, baías e canais que permitem a passagem do tráfego de embarcações fluviais. Normalmente, se desdobram pelo interior do território ou ao longo da linha da costa, a partir de um terminal de águas profundas ou de outras vias terrestres, utilizado como base de operações para o sistema de aquavias interiores.

b. No planejamento para utilização das aquavias interiores, devem ser considerados os seguintes fatores:

(1) integração com as demais vias de transporte como um meio de diversificar e ampliar as possibilidades de transporte;

(2) enchentes periódicas e os períodos de estiagem (regime das águas);

(3) influência das marés sobre o nível das águas interiores (regime das águas);

(4) disponibilidade de pessoal especializado, tal como operadores de barcaças, pilotos e operadores de rebocadores necessários;

(5) quantidade e condições dos equipamentos e das instalações militares e locais;

(6) tipos de embarcações adequadas para as aquavias consideradas;

(7) necessidade de serviços de engenharia (construção de pontes e cais, remoção de obstáculos, limpeza de canais, alargamento e aprofundamento de passagens, estabelecimento de pontos de transbordo, instalações necessárias à rede rodoferroviária, etc), quando for o caso.

c. O transporte em aquavias interiores é comparável ao ferroviário, quanto à capacidade de transportar grandes tonelagens e cargas individuais pesadas, porém é mais lento do que este. A utilização do transporte em aquavias interiores libera os meios mais rápidos para o transporte de mais alta prioridade.

d. As aquavias interiores têm vulnerabilidade relativamente baixa aos ataques aéreos e de artilharia. Por outro lado, a destruição de comportas, de passagens, do equipamento flutuante, de canais e outras instalações podem impedir a sua utilização por longos períodos de tempo.

7-24. TERMINAIS AQUAVIÁRIOS

a. Os terminais aquaviários compreendem os portos, os ancoradouros, as praias e outros locais da linha costeira, margens ribeirinhas ou lacustres, utilizados para carga e descarga de material ou embarque e desembarque de tropa.

b. Os terminais oceânicos ou de rios e lagos com características similares são, normalmente, utilizados sob a responsabilidade da Marinha, que usa, em princípio, o pessoal do terminal civil, mobilizado ou contratado, e o material já instalado.

c. A instalação e a operação de outros terminais são, normalmente, também da responsabilidade da Marinha, salvo se o terminal integrar-se a um sistema de transporte aquaviário sob o controle do Exército, como os que utilizam águas interiores de características não semelhantes às oceânicas.

d. O comando do terminal é responsável pela descarga de suprimento e equipamentos, pelo desembarque de tropas e pela evacuação de pessoal e material, responsabilizando-se, também, pela guarda e armazenamento temporário de carga, bem como pelo estacionamento e alimentação de pequenos efetivos, por tempo restrito.


e. O controle da chegada de navios e outras embarcações aos terminais reduz a concentração e as possíveis perdas. A descarga e o carregamento de navios e de outras embarcações podem ser realizados em diferentes pontos dentro da área do terminal. É essencial a rápida liberação do mesmo. Somente os depósitos e instalações essenciais para as operações do terminal devem estar dentro da área do mesmo.

f. Os seguintes fatores determinam a quantidade e a localização dos terminais aquaviários necessários à obtenção de uma adequada dispersão:

(1) situação das forças amigas, tanto tática quanto logística;

(2) capacidade total exigida do terminal;

(3) possibilidades do inimigo;

(4) quantidade, capacidade e proximidade dos portos, praias e outras áreas adequadas para a descarga das embarcações;

(5) pessoal e equipamento disponíveis para o estabelecimento e opera­ção dos terminais, incluindo os recursos locais;

(6) disponibilidade e proximidade de meios rodoviários ou ferroviários, ou de ambos, para um fácil desembaraço do terminal.

g. Pode ser necessário utilizar apenas parte da capacidade dos principais terminais estabelecidos que ofereçam ancoradouros protegidos e um bem desenvolvido sistema de transporte em terra. Poucos terminais podem oferecer uma capacidade total para todas as necessidades, porém, a concentração de atividades portuárias pode constituir alvo compensador. Por essa razão, a programação do carregamento deve prever não somente a utilização dos principais terminais, mas, também, de terminais menores ou, ainda, de praias e terminais aéreos.

h. A capacidade de desembarcar com eficiência e transportar suprimentos e pessoal dos terminais para os locais de destino em terra, freqüentemente, constitui uma limitação para as operações militares.

7-25. RESPONSABILIDADES

a. Na ZA

(1) O planejamento, a coordenação e o controle dos transportes aquaviários, no nível TOT, são de competência do CLTOT.

(2) O CLTOT desincumbe-se dessa atribuição por intermédio do CO Trnp, que conta com representantes dos comandos de transporte das outras Forças Singulares e com uma seção de transportes aquaviários orgânica.

(3) As necessidades de transporte oceânico e costeiro ou de cabotagem, de competência do TOT, são atendidas pela Marinha com seus meios orgânicos ou com meios civis contratados ou mobilizados.

(4) A seção de transportes aquaviários do CO Trnp, orgânica do CLTOT, planeja, coordena e controla o transporte em águas interiores. A execução do transporte é atribuída, inicialmente, às OM de transporte. Órgãos civis contratados ou mobilizados serão utilizados para o atendimento às necessidades que ultrapassarem a capacidade dos meios militares.

(5) Dependendo da situação, o CLTOT pode delegar às RM/TOT a responsabilidade pelo transporte em águas interiores na área sob sua jurisdição.

b. Na ZC

Existindo águas interiores, disponibilidade de meios e necessidade de transporte, a RM/TOT pode delegar aos exércitos de campanha ou divisões de exército as atribuições de planejar, coordenar e controlar o transporte aquaviário em suas áreas de responsabilidade.

VOLTAR

ARTIGO VI

TRANSPORTE AÉREO


7-26. GENERALIDADES

a. Características dos transportes aéreos

(1) Grande rapidez de deslocamento.

(2) Número limitado de rotas para o mesmo ponto de destino.

(3) Ausência de obstáculos terrestres intermediários.

(4) Pequena capacidade de transporte em tonelagem e volume de carga.

(5) Dependência de aeroportos ou pistas de aterragem, das condições meteorológicas e do raio de ação das aeronaves.

(6) Vulnerabilidade aos ataques aéreos e ao fogo antiaéreo.

b. Os transportes aéreos são adaptáveis ao deslocamento de unidades de tropa, quando o seu equipamento não for volumoso e pesado e a situação não indicar o transporte por outros meios. Constituem um meio eficaz para suprir elementos blindados, pára-quedistas, tropas sitiadas ou destacamentos que operam a grande distâncias de suas bases e para a evacuação de feridos.

c. Fatores de sucesso dos transportes aéreos

(1) Superioridade aérea.

(2) Possibilidade de obtenção da surpresa.

(3) Neutralização do fogo antiaéreo.

(4) Existência, conquista ou preparação de campos e locais de pouso.

(5) Utilização de processos especiais para o desembarque de pessoal ou equipamento.

7-27. TERMINAIS AÉREOS

a. Os terminais aéreos no TOT localizam-se, normalmente, na ZA, sendo operados por elementos da FATOT, auxiliados, quando necessário, por equipes de transporte do Exército. As equipes do Exército podem realizar, também, os transportes necessários entre os terminais aéreos e as áreas ou instalações de destino do pessoal e do material.

b. Quando dispuser de unidades aéreas sob seu controle operacional para o transporte de tropas ou de suprimentos ou para a evacuação aeromédica, o exército de campanha poderá estabelecer e operar terminais aéreos em sua retaguarda. Nesse caso, o comandante mais graduado de unidade aérea sob o controle operacional do exército de campanha exercerá o comando do terminal, que contará para sua operação com meios das referidas unidades aéreas e com equipes de transporte do Exército.


7-28. RESPONSABILIDADE

a. O transporte aéreo é da responsabilidade da Força Aérea. O Exército poderá receber meios aéreos, sob operacionalidade empenhada, para realizar, em determinadas situações, o transporte de tropas ou de suprimentos e equipamentos, ou, ainda, para a evacuação aeromédica.

b. Quando postos à disposição do Exército, o controle operacional dos meios aéreos na ZA é, normalmente, exercido pelo CLTOT, por intermédio do CO Trnp, e, na ZC, pelo exército de campanha, que poderá transferir esse controle, especialmente sobre os destinados ao transporte operacional de tropas, aos escalões subordinados.

7-29. TRANSPORTE DE SUPRIMENTO E EQUIPAMENTOS

a. A realização do suprimento por via aérea é um processo especial de entrega de suprimentos conforme tratado no parágrafo 8-11.

b. O aumento da mobilidade e da dispersão das unidades de combate tornam o transporte por via aérea não só desejável mas, em muitos casos, essencial.

c. O desembarque do suprimento transportado por via aérea pode ser executado pelos seguintes processos:

(1) por aterragem dos aviões;

(2) por lançamento em pára-quedas;

(3) por lançamento em queda livre.

d. O processo por aterragem dos aviões é o mais eficiente, pois a carga sofre o mínimo de perdas e avarias, reduz o manuseio e permite maior aproveitamento da disponibilidade de espaço para a carga nos aviões de transporte.

e. O processo por lançamento em pára-quedas, embora menos eficiente do que o anterior, permite grande flexibilidade. Pode ser usado quando não existe material ou pessoal a ser evacuado, reduz a vulnerabilidade das aeronaves e a necessidade de campos de pouso à frente. Pode utilizar duas modalidades:

(1) lançamento em baixa velocidade - emprega um ou mais pára-quedas para reduzir a velocidade de descida do material lançado. É empregado, normalmente, para lançamento de equipamento pesado, como peças de artilharia de campanha e veículos, e para artigos de natureza frágil.

(2) lançamento em alta velocidade - é feito com pára-quedas pequenos e outros dispositivos que permitem identificar o local de queda da carga lançada, com redução mínima da velocidade de queda. É usado para a maior parte das tonelagens transportadas pelo ar, como suprimentos das classes I, III e V.

f. O processo por lançamento em queda livre apresenta as mesmas características do anterior, mas não emprega meio de redução da velocidade de queda e utiliza um mínimo de material de absorção de choque. É usado para o lançamento de material de fortificações, fio para comunicações e outros artigos que não são muito afetados pelo impacto do choque. É o processo menos conveniente para outros tipos de carga, em face dos danos que apresenta ao material lançado.

VOLTAR

ARTIGO VII

CARGAS


7-30. CONCEITOS

a. Carga geral - É aquela constituída dos mais diversos tipos de cargas acondicionadas em volumes próprios, embarcados em partidas de tonelagens diversas e de valor unitário variável. Os produtos acondicionados em sacos e os líquidos em tambores, bem como as cargas reunidas em “pallets” ou contêineres, são, também, classificados como carga geral.

b. Granéis líquidos - São cargas em estado líquido (água, petróleo, etc), sem acondicionamento. São transportadas, normalmente, em veículos-tanque.

c. Granéis secos ou sólidos - São cargas em estado sólido (minério, cereais, etc), sem acondicionamento e transportadas, normalmente, em veículos graneleiros.

7-31. UNITIZAçÃO

a. É o agrupamento de peças individuais de um carregamento em uma única unidade, maior e mais pesada. O objetivo é reduzir o número de peças a serem manuseadas e facilitar o manuseio nos transbordos entre o expedidor e o destinatário.

b. A idéia básica de unitização é reunir as peças individuais de um carregamento em unidades padronizadas e homogêneas, mediante a adoção de um sistema de manuseio mecânico. Dentro de certos limites, quanto maior for a dimensão dessa unidade, maior será a eficiência, a produtividade e a economia no manuseio da carga e no sistema de transporte.

7-32. CONTEINERIZAÇÃO

a. É a técnica pela qual são agrupados volumes de diversos tamanhos ou mesmo outras unidades de carga, em recipientes especialmente projetados, denominados contêineres ou contentores. O conjunto formado é manipulado e transportado como uma unidade de carga.

b. A conteinerização possibilita o emprego intensivo de meios mecânicos na movimentação da massa unitizada, além de agilizar o fluxo do volume transportado, diminuindo os custos de manuseio da carga e de embalagem.

c. O contêiner não constitui embalagem das cargas e nem parte ou acessório do veículo transportador.

7-33. PALETIZAÇÃO

a. Paletizar é a técnica de agrupar cargas de diversos tamanhos em uma plataforma portátil chamada pallet. O conjunto formado é manipulado e transportado como uma unidade de carga.

b. Além do seu emprego tradicional na atividade de transporte, vem sendo utilizada em combinação com os contêineres.

c. Os pallets possuem a característica particular de proporcionar melhor ventilação para a carga durante o trânsito e a estadia em armazéns.

VOLTAR


Um comentário: